Presença e Conexão

Desde muito jovens nós dois (Sandra e Yuri) damos aulas e atuamos com processos grupais e de desenvolvimento pessoal. Começamos com ensino de idiomas, aikido, yoga, meditação, psicoterapia, e mais tarde: cursos, treinamentos, consultoria e facilitação de metodologias e processos participativos e colaborativos de cocriação, tomada de decisão e transformação de conflitos, adotando abordagens como Comunicação Não Violenta (CNV), Democracia Profunda, Art of Hosting (World Cafe, Open Space etc.), Processo U e Sociocracia.

E foi cedo também que percebemos que compartilhar conhecimentos e facilitar aprendizados, vivências e insights depende muito mais da qualidade de nossa presença e da nossa conexão (conosco e com outras pessoas), do que apenas de nosso conhecimento teórico ou técnico. Nossa experiência de vida integrando os conhecimentos no dia a dia, a coerência e a congruência em buscar viver de verdade os paradigmas e os modelos com os quais trabalhamos e sobre os quais ensinamos é o que realmente faz diferença.

Quando nos perguntam sobre esses conhecimentos e abordagens com os quais trabalhamos e que consideramos tão preciosos e transformadores, dizemos que não se resumem a metodologias, técnicas, métodos, ferramentas ou conhecimentos teóricos. Todos esses processos podem trazer transformações profundas e significativas ou não significar muita coisa, não surtir efeito algum ou até mesmo causar danos, dependendo da qualidade de experiência, da intenção, presença e conexão do facilitador, professor, consultor, psicólogo ou coach.

Otto Scharmer, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, renomada universidade americana, fala da importância de iluminar o que ele chama de “ponto cego”, a fonte de onde se origina nossa atenção e ação.

Em suas palavras, “a mesma pessoa, na mesma situação, fazendo a mesma coisa pode produzir um resultado totalmente diferente, dependendo do lugar interior a partir do qual essa ação está vindo.” Diz ainda que “para lidar com os desafios de nosso tempo, precisamos aprender a deslocar o modo como prestamos atenção, a estrutura de campo de nossa atenção. O modo como prestamos atenção – o lugar do qual operamos – é o ponto cego em todos os níveis da sociedade.”

Dessa forma, encorajamos as pessoas que querem atuar com desenvolvimento pessoal e se tornarem professores, facilitadoras de processos em grupo, ou mesmo pessoas que querem viver seu dia a dia de maneira mais coerente, a voltar seu olhar e consciência para a própria experiência pessoal e para este lugar interno a partir do qual operamos, essa fonte de onde se origina nossa intenção, atenção e ação, e desenvolver qualidades de presença e conexão.

Aprender teorias, técnicas, exercícios e dinâmicas é de fato o menos importante. Quando estamos conectados com a essência e os princípios desses conhecimentos, e estamos presentes e conectados, fica fácil cocriar atividades específicas que façam sentido a cada momento com cada grupo ou pessoa, tudo para desfrutar relações muito mais verdadeiras e prazerosas no dia a dia.

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