Afinal, o que é o amor?

  

Sua forma de demonstrar esse sentimento está alinhada a seus valores e ações? 

O amor é um sentimento estranho. Pessoas maltratam umas as outras em nome do amor. Batem nos filhos com a justificativa de que os amam. Muitas vezes se fala para as meninas: “Seu amiguinho te bateu porque gosta de você.” Em relacionamentos românticos, associa-se o amor ao ciúme: “Se não está com ciúme é porque não me ama.” A violência doméstica se mantém em muito devido a este pensamento: “Não me separo pois, apesar de me maltratar, ele me ama.” O amor também é associado ao controle e à interferência, seja pelo cônjuge que olha as mensagens do(a) parceiro(a), controla a roupa ou interfere em suas amizades, ou pelos pais que vigiam, invadem e não respeitam as escolhas, o espaço e a individualidade de seus filhos adultos.

Culturalmente o amor é frequentemente associado a ações que nos prejudicam ou sufocam e não atendem às nossas necessidades. Porém, o amor não é apenas um sentimento, ele é também em si uma necessidade. E se o amor é um valor com base no qual queremos viver, precisamos verificar se nossos atos e as ações das outras pessoas estão suprindo ou não a necessidade de amor que todas e todos temos.

Estamos acostumados a certa maneira de nos comportarmos sem questionar se nossas ações estão alinhadas com nossos valores. Mas, por exemplo, em vez de agir com nossas crianças, por força do costume, da mesma maneira que nossos pais costumavam nos tratar, podemos verificar se essas ações atendem às nossas próprias necessidades de amor e às de nossos filhos. Estando conscientes de nossos valores e necessidades, podemos alinhar nossos comportamentos.

O amor é uma necessidade e um valor humano universal, mas diferentes culturas encontram formas e estratégias diversas para atender a essa mesma necessidade; e pessoas diferentes vivenciam o amor de maneiras diferentes. Gary Chapman, no livro As cinco linguagens do amor, diz que as pessoas dão e recebem amor principalmente de cinco formas diferentes: atos de serviço, toque físico, palavras de afirmação, tempo de qualidade e receber e dar presentes. Segundo ele, é importante conhecermos nossa própria linguagem do amor e a das pessoas queridas à nossa volta para que possamos nos sentir amados e demonstrar amor de maneira que a outra pessoa receba.

A autora bell hooks, no livro Tudo sobre o amor, traz sugestões sobre como reverter nossa formação cultural e as formas habituais de demonstrar amor decorrentes de estereótipos de gênero, dominação e controle. Ela nos convida a entender o amor como uma combinação de seis características: afeto, respeito, reconhecimento, comprometimento, confiança e cuidado. E também a perguntarmos a nós mesmos: “De que forma minhas ações refletem esses valores/necessidades?”

Quando enxergamos o amor não apenas como um sentimento, mas também como uma necessidade humana universal, conseguimos avaliar se as nossas ações e as das outras pessoas estão suprindo essa necessidade.

*Texto originalmente publicado na Revista Viva Saúde. Escrito por Sandra Caselato.

 

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