O poder da resiliência

Esses tempos de turbulência, incerteza e sobrecarga emocional por conta do coronavírus têm impactado a vida de muita gente em várias esferas. Mesmo que a saúde física não esteja afetada, várias pessoas têm experimentado um abalo significativo em seus relacionamentos interpessoais, sua saúde emocional e capacidade de clareza de percepção, avaliação e tomada de decisão.

Neste momento é essencial cuidarmos de nossa resiliência pessoal e relacional, perceber quando nos encontramos desequilibrados, em sofrimento e confusão emocional e saber identificar o que pode nos apoiar a reencontrar nosso centro e harmonia interna.

É importante termos companhia e fortalecermos um senso de solidariedade e suporte, oferecendo e recebendo apoio através de uma escuta acolhedora, por exemplo. Exercitar pedir ajuda é fundamental para que possamos estar fortes para também ajudar. Vivenciar essa realidade difícil em comunidade, embora não resolva todos os problemas, pode nos ajudar a ficarmos mais centrados e calmos, contribuindo para que acessemos nossa sabedoria interna e os recursos que cada um de nós possui e que ficam mais disponíveis quando nossa cabeça e coração estão tranquilos. 

Porém o contato com outras pessoas, que pode ser por vezes fonte de mais estresse, não substitui o autocuidado. A prática da meditação, da yoga e de exercícios de respiração são apoio para muitas pessoas. É importante que cada um descubra o que te faz relaxar e procure seguir, quer seja ouvir música, assistir um filme ou ler um livro.

A auto empatia (ou auto conexão) também é muito importante, pois nos apoia a acessar o que está por trás de um sentimento desagradável como, por exemplo, medo, tensão, frustração, raiva ou tristeza. Esses sentimentos são reações naturais às nossas experiências, mas frequentemente reagimos mal quando eles surgem, querendo que eles desapareçam. Porém, reprimir os sentimentos pode causar mais tensão em vez de alívio. As experiências emocionais não processadas podem se tornar traumáticas e tendem a causar mais sofrimento, de acordo com abordagens informadas sobre trauma, como por exemplo a N.E.A.R. (Neurociência, Epigenética, Experiências Adversas de Infância e Resiliência). 

Uma prática simples que gostamos de exercitar quando temos um sentimento desagradável, por exemplo medo, é identificar qual sensação em nosso corpo correspondente a essa emoção e em vez de rejeitá-la. Buscamos então nos aprofundar na sensação e permitir que ela flua pelo corpo, repetindo em voz alta para nós mesmos algumas vezes: “estou com medo e está tudo bem”, “permito que este sentimento esteja aqui”, até sentirmos a calma e a tranquilidade que normalmente vem na forma de um suspiro involuntário. Deixando a emoção seguir seu percurso natural pelo corpo fortalecemos nossa conexão interna e nossa resiliência.

Texto de Sandra Caselato e Yuri Haasz publicado originalmente em sua coluna na revista Bons Fluídos

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